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04 . 01 . 2016

CONSOLIDAR O ANO DE 2015 E PROJETAR OS PRÓXIMOS DEZ

COLUNA GESTÃO REVISTA AGRORURAL -  Dezembro/2015

 

CONSOLIDAR O ANO DE 2015 E PROJETAR OS PRÓXIMOS DEZ
“PLANEJAR E GERENCIAR PARA TOMAR DECISÕES VIIÁVEIS”

 


No Brasil, oportunidades e desafios, são mais evidentes que as ameaças no setor do Agronegócio, vendo pelo aspecto de potencial agricultável e de novas tecnologias. Para avaliar o ano de 2015 e consolidar um fechamento, com a visão de futuro, se faz necessário olhar para trás e entender o que de fato aconteceu, relacionando os pontos positivos e os pontos negativos dos últimos cinco anos.

Prospectar o futuro e se manter competitivo, somente com rigoroso planejamento de custos, gestão de processos e pessoas, gestão efetiva da operação, gestão ambiental e principalmente com análise de viabilidade econômico-financeira dos investimentos de médio e longo prazo.

 

É de ciência de todos, que os investimentos de imobilizado dos produtores rurais, se estabelecem em um prazo médio de 8 à 10 anos. Tendo em vista nos últimos anos, a política de crédito subsidiada, em um país com as maiores taxas de juros comerciais do mundo, os últimos anos, 2011 à consolidar o fechamento de 2015, foram os maiores e melhores em termos de investimentos em mecanização/renovação e tecnologias para a operação da atividade rural produtiva, na busca por eficiência e ganhos de produtividade, com o apoio destas taxas subsidiadas.

 

A demanda é global e efetiva para que o Brasil siga crescendo em produtividade, para auxiliar de forma estratégica na produção e no abastecimento de alimentos. A Agricultura de precisão é uma das periciais áreas com projeções otimistas de ganhos de 40% em produtividade para os próximos 10 anos. Devido ao setor Agropecuário, o Brasil fechou superávit de balança comercial nos últimos anos até 2013, mas em 2014 este cenário se inverteu, a balança comercial brasileira teve déficit de U$ 3,95 bilhões, o pior resultado desde de 1998. Para 2015 está projetado superávit, mais uma vez graças ao setor Agropecuário.

 

Para o nosso país retomar este resultado positivo de forma exponencial, será necessário a retomada imediata de investimentos com muita cautela nas análises e tomadas de decisões, mensurando ao máximos os riscos dos projetos.

Seguindo a análise, o mercado necessita lembrar que os custos aumentaram e que ano após ano a conta chega para a efetivação do pagamento das parcelas destes investimentos, que são de valores extremamente elevados.

 

A grande questão para a tomada de decisão é: Como maximizar a produtividade, e como captar este recurso financeiro e se ele efetivamente será disponibilizado de forma viável em relação as taxas de juros e aos prazos de pagamentos dos financiamentos, ou seja, qual o payback (prazo de retorno do investimento)? Isso está dentro da porteira, o produtor que deve se apropriar deste cálculo buscado a melhor informação para a tomada de decisão.

Vale lembrar que em 10 anos no Brasil a inflação acumulada chega aos aproximados 85%, os custos de produção já dobraram neste período. Já a produtividade em soja de 10 anos para hoje teve um aumento girando de 30% a 40%. Mas muito interessante que diversos equipamentos tiveram um aumento acumulado de 300%. Como entender e fechar este cálculo na linha do tempo onde se oportunizou taxas de juros atrativas mas com valores de capital extremamente elevados. Tecnologia tem preço mas em análise de custo de capital matematicamente não se justifica.

 

Algumas prospecções de cenários estão apontando que o Brasil está projetando voltar a subsidiar taxas para investimentos para programas ligados diretamente a maximização de produtividade e ganhos de competitividade, tais como:

- ABC (Agricultura de Baixo Carbono) em especial, reflorestamento, correção de solo e todas as questões relacionadas ao meio ambiente, código florestal, CAR – Cadastro ambiental rural, integração lavoura pecuária, com o objetivo geral de Baixo Carbono. Este programa pretende ser tratado como prioridade, muito relacionado as questões de produzir mais na mesma área disponível através de investimentos no solo.

- MODERINFRA IRRIGAÇÃO, este programa efetivamente possibilita aumento de produtividade, minimizando os riscos de falta de água. Apoiar o desenvolvimento da agropecuária irrigada sustentável, econômica e ambientalmente, de forma a minimizar o risco na produção e aumentar a oferta de produtos agropecuários.

- PCA (Programa de Ampliação e Construção de Armazéns), em relação ao Estados Unidos, estamos atrasados 20 anos, foi quando eles iniciaram estes investimentos. No Brasil, este programa tem como objetivo suprir um déficit de capacidade de armazenagem de grãos, que para o atual momento é de a cada 1,00 saco colhido, temos espaço para estocar 0,85 (Fonte Conab), isso sem calcular as projeções exponenciais de crescimento de produção. Os armazéns e suas ampliações, em cerealistas e cooperativas, mas em especial nas propriedades rurais, são necessários para viabilizar a gestão comercial do produtor, a logística e dar suporte aos programas ABC e Irrigação que irão juntos aumentar a produtividade.

Países asiáticos em especial a China, vem oferecendo ao Brasil parcerias para disponibilidade de crédito, desde que sejam ligados e investidos em maior proporção diretamente as políticas citadas acima: ABC – MODEINFRA – PCA.

A relação que a sociedade rural deve refletir, é, quando falamos em tecnologia tanto na área de insumos e máquinas, como exemplo agricultura de precisão, químicos, sementes e genética, se deve ter plena consciência que o nosso país não tem suporte federal para apoiar e subsidiar todo o ciclo necessário de investimentos, de forma permanente. Por isso a necessidade de capital estrangeiro.

Com esta reflexão que o próprio ministério da Agricultura vem discutindo, onde avalia que o mercado de máquinas deva se manter com a política vigente, relatos apontam que a pauta principal objetiva ofertar taxas de juros subsidiadas, aos programas que potencializam de imediato a produtividade: ABC – MODEINFRA – PCA. Demais programas devem seguir taxas ajustadas a política comercial do ano corrente balizada em indicadores de correção definidas pelo sistema financeiro Brasileiro.

No horizonte dos próximos anos, não somente no setor do Agronegócio, a manutenção e sobrevivência da atividade produtiva e corporativa, se delimita em pleno foco estratégico em prospecção de canários, planejamento e gestão, sucessão, capital intelectual e clima favorável. Esta gama complexa de indicadores qualitativos e quantitativos será o nosso desafio e iremos enfrentar com muito trabalho e dedicação, pois nossa região é destaque e tem pleno potencial de crescimento exponencial, basta traçar e percorrer o caminho sob uma visão ampla e inteligente, vencendo os desafios culturais.

 

Professor Universitário e Consultor Diogo Moreira

Coordenador dos Cursos de Agronegócio e Logística – Ulbra Carazinho
Consultor Executivo – Agrodex Consultoria Agro Empresarial
Analista de Prospecção de Cenários no Agronegócio
Especialista em Inteligência Empresarial
Especialista em Gestão do Agronegócio
Especialista em Gestão Empresarial