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Artigo: De produtor rural à empresário rural
DE PRODUTOR RURAL À EMPRESÁRIO RURAL
“UMA FASE QUE DEMANDA GESTÃO E PLANEJAMENTO ESTRATATÉGICO NA PROPRIEDADE RURAL”
Professor Universitário e Consultor Diogo Moreira
Variáveis externas cada vez mais fazendo parte das decisões estratégicas na gestão de qualquer negócio, em especial o Agronegócio o setor produtivo de alimentos, onde os grandes desafios a serem gerenciados, passam por fases de planejamentos em harmonia com toda a cadeia produtiva, exigindo do gestor uma habilidade para as tomadas de decisões, buscando maximizar a rentabilidade e a sustentabilidade financeira e sócio ambiental do negócio.
Esta transformação natural do setor produtivo, onde o produtor rural transita para uma nova fase definida como empresário rural, com necessidade de tratar seu negócio com princípios e metodologias de gestão, que já são utilizadas por empresas e organizações.
O planejamento estratégico é pouco utilizado por produtores rurais, o atual nível de gestão exigido pelo mercado, que é altamente competitivo, remete a imediato modelo de gestão adequado ao Agronegócio. Uma dica de se atualizar para a fase de empresário rural, é formular seu plano de negócio em harmonia com o planejamento estratégico.
Neste desenvolvimento o empresário deve estabelecer e projetar o futuro, para onde o negócio (produtos e serviços) serão direcionados, qual será a Missão da empresa, os princípios ou Valores, e por fim a Visão de Futuro. Utilizando as informações captadas pela análise dos ambientes internos e externos, identificando as potencialidades, fraquezas, oportunidades e ameaças ao negócio.
A proposta de alcançar o desenvolvimento em um ambiente de forte concorrência como o que se verifica atualmente dependerá das empresas perceberem e implementarem as mudanças necessárias, com velocidade, na gestão das organizações e no campo.
Os indicadores devem estar sempre associados às áreas do negócio cujos desempenhos causam maior impacto na imagem e no sucesso da organização, também desencadeiam processos de melhorias incrementais e revolucionários, quando permitem, mediante valores comparativos e referenciais, demonstrar o posicionamento dos processos e, consequentemente, da organização no mercado em que atua (TAKASHINA; FLORES, 1996).
Através do planejamento diário, nas rotinas do ambiente de negócios, de maneira mais precisa, reconhecer e fazer a leitura estratégica das informações, liderar e pensar com capacidade de desenvolver ações para gerenciar a organização com o modelo de gestão por indicadores.
Stewart (1998, p.60) considera que “[...] é preciso não só uma definição de capital intelectual como também uma descrição que os executivos possam usar para planejar como irão investir nos ativos do conhecimento e como irão gerenciá-los”. Considerando essa perspectiva, o autor aborda o capital intelectual sob três enfoques: (a) capital humano, (b) capital estrutural e (c) capital do cliente destacando que o capital intelectual emerge a partir do intercâmbio entre eles.
Índices de sustentabilidade e responsabilidade social corporativa, já são usados por grandes empresas, demonstrando um excelente resultado no valor das ações, na marca e imagem da organização, e uma melhora significativa no potencial econômico. Para o contexto regional, a dificuldade não é diferente dos grandes centros, existe uma grande dificuldade em aderir à proposta de RSE (Responsabilidade social empresarial), coletar os dados, identificar as necessidades de um investimento economicamente viável e sustentável, e por fim demonstrar aos colaboradores e comunidade via balanço social os projetos desenvolvidos e em desenvolvimento, numa linguagem acessível e aplicável.
Para o gerenciamento de um negócio é necessário que haja elaboração de informações. São elas que dão respaldo à tomada de decisão. Portanto, estabelecer parâmetros para a produção de informações e facilitar o fluxo destas para os diversos públicos interessados passam a ser elementos importantes para a sobrevivência empresarial, pois, afinal, constituir uma base de informações é construir uma base para a tomada de decisão.
Na era da informação as organizações precisam focar na “inteligência das informações”. Assim como somente dados bem armazenados não bastam, informações sem foco e sem estudo também não. É preciso mais! É preciso estudá-las e analisá-las de forma adequada, estruturada e contínua. Os gestores precisam não só destinar recursos à gestão de tecnologia da informação (TI). É necessário considerar uma lacuna cada vez mais latente. Em suma, é fundamental alocar recursos no desenvolvimento de inteligência da informação.
A linha que separa o sucesso e o fracasso torna-se tão tênue, em função da forte concorrência verificada na atualidade, que um pequeno deslize pode levar ao fracasso, e alguns acertos podem conduzir ao sucesso. Ademais, o sucesso do passado não garante o sucesso do futuro. Nesse contexto, construir o futuro é aprender com o passado, ser competente no presente e estabelecer um plano que possibilite, passo a passo, conduzir a empresa entre as dificuldades encontradas, com sabedoria e conhecimento.
O conhecimento está cada vez sendo mais valorizado e usado nas organizações, por trazer oportunidade de otimizar os processos e sair do padrão, resultando em inovações e vantagens competitivas. Não adianta uma empresa ter todo o avanço tecnológico e não saber ser estrategicamente diferente dos seus concorrentes. Investir no conhecimento dos funcionários e colaboradores, não é apenas contratar os melhores e mais inteligentes do mercado, mas é possibilitar o livre fluxo do conhecimento, aceitando e experimentando o novo.
Frente aos desafios operacionais, gerenciais, estratégicos e de mercado, são de extrema importância o envolvimento diário nas questões de organização financeira, fluxo de caixa, gestão e planejamento de custos de produção, armazenagem e logística, gestão comercial dos insumos e dos produtos produzidos, gestão da qualidade, gestão ambiental, contabilidade e carga tributária, análise de risco e retorno, viabilidade econômico-financeira, gestão de pessoas e principalmente sucessão familiar e de negócio.
Professor Universitário e Consultor Diogo Moreira
Coordenador dos Cursos de Agronegócio e Logística – Ulbra Carazinho
Consultor Executivo – Agrodex Consultoria Agro Empresarial
Analista de Prospecção de Cenários no Agronegócio
Especialista em Inteligência Empresarial
Especialista em Gestão do Agronegócio
Especialista em Gestão Empresarial